Tanja Erhardt e Annita Hegemann-Becker: as duas nos dois por cento

Tanja Erhardt tirou a sua carta de pesados há uns bons dois anos. Desde então, esta mulher de 28 anos de idade faz os seus trajetos. A paixão por máquinas grandes motivou-a, conta ela. E já transmitiu o seu entusiasmo à sua pequena filha. «Ela prefere viajar no camião num transporte de longa distância», diz Tanja com um sorriso.

E assim começou.

A mulher oriunda de Paderborn conduz um Actros 1851. Com o chamado Agrar-Express, Tanja entrega sobretudo cereais, designando ela própria o seu camião de «Diva». «Não nos demos bem logo de imediato, mas agora adoro-o», diz Tanja. E como reagem os seus colegas masculinos à jovem camionista? «Uma grande parte admira, mas a geração mais antiga pensa muitas vezes: uma loira num camião não vai correr nada bem. Mas eu não lhes dou ouvidos», relata Tanja. É precisamente nos pontos de carga que às vezes tem dificuldades, mas ela impõe-se: «Eu é que digo como carregar. Tão simplesmente isto.»

Dar a volta.

É preciso impormo-nos – Annita Hegemann-Becker consegue dizer algumas coisas sobre isso. Há 32 anos atrás, transformou o seu hobby numa profissão, e o seu marido e família apoiaram-na. Encontrou alguma resistência no mercado de trabalho. «Encontrar um trabalho era muito mau», recorda Annita. «Era rejeitada pelos motoristas e até pelas empresas só por ser mulher.» Isso deixou-a em baixo. No entanto, uma empresa de trabalho temporário acabou por admiti-la. «Agora, as mulheres são bem aceites», diz ela. «Antigamente era realmente muito difícil.»

Hoje em dia, Annita conduz um Actros com semirreboque. «Levo cozinhas a França, Espanha, Áustria», diz Annita. E continua apaixonada: «Na verdade, já estou reformada, mas continuo a viajar duas a três vezes por semana para ajudar.»

Fotografias: Kristian Barthen
Vídeo: Martin Schneider-Lau